
Marcílio Henrique fala sobre distorções na tabela do Imposto de Renda
A realidade tributária brasileira é cruel para os que têm remuneração mais baixa. A frase recorrente no dia-a-dia apresenta-se na prática ao analisarmos a tabela do Imposto de Renda Pessoa Física (IRPF), que não é corrigida pelo Governo Federal desde 2016, quando Michel Temer assumiu o Planalto.
Desta forma, a tributação é aplicada desproporcionalmente aos profissionais que ganham menos. “Atualmente o trabalhador que recebe 2,2 salários mínimos já precisa pagar o imposto, sendo relativamente mais onerado que as classes mais altas”, alertou o presidente do Sindifisco-RJ Marcílio Henrique em entrevista à Rede CNT.
Segundo dados levantados por um estudo do Sindicato Nacional dos Auditores-Fiscais da Receita Federal, a defasagem acumulada na tabela do IRPF desde 1996 chega a 88,4%. Caso os índices fossem aplicados com a devida correção, a isenção do tributo se daria a quem recebe até R$ 3.556,56, cifra bem distante dos atuais R$ 1903,98.
Os valores permitidos para abatimento também não são atualizados com base no custo de vida. O desconto por dependente, que hoje é de R$ 189 por mês, teria de estar na faixa dos R$ 357. Só em 2017, o Imposto de Renda Pessoa Física arrecadou aos cofres da União cerca de R$ 133 bilhões.
Na prática, a falta de correção da tabela do IR representa um aumento de imposto para o trabalhador, visto que a excessiva carga tributária paga ao Governo Federal poderia movimentar a economia e gerar empregos, ao invés de cobrir o rombo da dívida pública.
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